entre os cinzentos do teu olhar
fecho os olhos
as mãos imóveis acariciam a tua pele
o desejo força-me a vencer o sono
e as nuvens tomam forma
e os dedos ganham vida
e estás onde te não vejo
abraço o teu corpo cansado
displicente sobre a cama
entre os fios de luz baça
que violam a escuridão do quarto
porque te vejo a olhares-me assim
quando é a tua ausência que nos preenche
falamos algumas vezes, lançamos o riso pelo mundo
e regressamos cada um ao seu lugar vazio
o remoinho perpétuo deita-me sobre as casas
e em pedaços escorro pelas traves
a porta, se estiver, deixa-a aberta
Laura Alberto / João Miguel Ferreira

Paula Rêgo
como as palavras fluem...
ResponderEliminarbelíssimo
parabéns a ambos!
Beijos Laura
p.s. em cada frase encontrei-me por momentos sem me perceber...
boa a pareceria. :)
ResponderEliminar"o remoinho perpétuo deita-me sobre as casas
e em pedaços escorro pelas traves
a porta, se estiver, deixa-a aberta" (!)
Beijo
a imagem da casa aproxima todos os fantasmas da cal. a inquietação não se esgota na porta talvez-aberta, quem-sabe-fechada; estende-se para além da tela onde paula rego exorciza os seus fantasmas.
ResponderEliminarbravo, poetas!