Manequim
o sorriso dilui-se no tempo
entre todas as horas que iluminaram
os olhos mortiços
entre todas as horas que cegaram
os ouvidos surdos
ninguém disse que os cadáveres ficam sempre nos armários
escondem-se em silêncio, gelados
arreganham os dentes quando as portas se abrem
e assustam aqueles que deles se esqueceram
e nós:
dormimos com os olhos abertos
caminhamos com as luzes apagadas
esperamos com os braços cruzados sobre o peito
é:
as cores caem
pelos caminhos de terra
entre as memórias baças, distantes
o sorriso dilui-se no tempo
entre todas as horas que iluminaram
os olhos mortiços
entre todas as horas que cegaram
os ouvidos surdos
ninguém disse que os cadáveres ficam sempre nos armários
escondem-se em silêncio, gelados
arreganham os dentes quando as portas se abrem
e assustam aqueles que deles se esqueceram
e nós:
dormimos com os olhos abertos
caminhamos com as luzes apagadas
esperamos com os braços cruzados sobre o peito
é:
as cores caem
pelos caminhos de terra
entre as memórias baças, distantes
[o coração guarda-se no frigorifico]
"e nós:
ResponderEliminardormimos com os olhos abertos
caminhamos com as luzes apagadas
esperamos com os braços cruzados sobre o peito"
laura, estes versos são de uma majestade lírica; poema impressionante.
beijinho!