já não lembrava a cor do sangue que me corre nas veias
o cheiro a ferro que emana quando corre pelo rosto
a pele arde, a mistura de suor e sangue cobre-me a pele
não vou chorar, há muito que as lágrimas se dissolveram,
para secarem nas cinzas do teu nome
é vermelho vivo, quando morre sobre o paralelo sujo
gotas e gotas e mais gotas pairam sobre o ar, imóveis
gotas perfeitas, redondas de sangue, de suor
reconheço esta vida que corre, que me foge
entre as feridas que despontam
como flores quando chega a primavera
e quando caí adivinhei o pó que me cobria
«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares
há tanto que fica melhor guardado nos lençóis do esquecimento...
ResponderEliminarbeijo!
p.s. quando caíste adivinhaste mesmo o pó que te cobria? não resisto a formular esta imagem mental sem esboçar um sorriso travesso, hehehe.
abraço e as melhoras dessas feridas!