a navalha repousa no balcão, romba, cansada da pele seca que a cobre. o pó cobriu-a ao longo dos dias que correram, que ficaram quedos nos raios de luz entre frinchas da madeira.
até os ratos desistiram de procurar a carne
até as aranhas se cansaram das suas teias
até as moscas secaram entre o cotão das roupas
até as centopeias rastejaram sobre a luz do dia
a navalha espera, a ferrugem apanhou-a

Fotografia de Pedro Polónio, http://club-silencio.blogspot.com/
rasgante este, navalhas me lembram o Cão Andaluz,
ResponderEliminarbeijo
Excelente! Gosto muito da sua força poética.
ResponderEliminarBeijo.