quando o tempo cerrou os dentes entre lábios descolorados enfeitados por saliva seca, os ossos quebravam sob a suspeita do fogo e o nome queimava no dorso dos cavalos a abater.
quando o tempo foi o tempo, em círculos sobre si mesmo, a pá revolvia a terra, escavava valas, valas e mais valas, o feno abafava-se pelo pó seco, valas e mais valas, abrindo caminho sobre campos de papoilas, valas e mais valas, diante dos olhos de pássaros, tordos, andorinhas.
quando o tempo se cumpriu, aos meus pés, aos nossos pés, enterrava os amigos perante o olhar abafado de um gigante esquecido.
e o gigante caminha dia e noite, noite e dia com o seu saco de pano no braço
Fotografia de Laura Alberto
acabo de entrar nas balas pela número quatro. esta abateu-se sobre mim como se de um alvo me tratasse. quem não guarda gigantes de saco de pano debaixo da sola dos sapatos?
ResponderEliminarabraço, laura!
«quando o tempo se cumpriu, aos meus pés, aos nossos pés, enterrava os amigos perante o olhar abafado de um gigante esquecido.»
ResponderEliminarGrande texto, Laura! Daqueles de nos deixar com um nó na garganta...
Beijo!