trazes sempre a mala cheia de nada
e marcas de água na biqueira das botas
sujas de pó e de terra
[sim, fiquei aqui
imóvel, a respirar]
falas dos montes áridos, dos lagos frios
cobres me com o vento seco
e pintas-me com estradas de alcatrão quente
[sim, fiquei aqui
silenciosa, a respirar]
tua pele é sal, é areia, é calor
espero que me contes a história
do assalto na berma da estrada
[sim, fiquei aqui
a respirar, sozinha]
chega a noite, chegamos nós,
cansados, suados, deitados num quarto de hotel
chega a língua áspera da despedida

Robert Frank
a língua áspera da despedida e a estrada de sal
ResponderEliminar[sim, estou aqui. nunca saí daqui]. não sou um forasteiro.
abraço!
ler tua poesia é um prazer
ResponderEliminarcomo se subisse montanha
e descesse apressado
para subir novamente
...
beijo carinhoso.