saem pequenas gotas pelos poros
ficam imóveis sobre a pele seca de sal
numa sintonia perfeita, esféricas
rolam sobre os sulcos dos dias, das noites, das estações
afogam as suplicas silenciosas das noites defeituosas
guardamos em frascos de vidro
os braços imóveis, as mãos arrancadas
amanhã quebramos os dedos, esgaçamos as unhas
e mordemos os corações estragados

Marcantonio, Melancolia 30 – Vertebral Técnica Mista 158×80 cm Rio de Janeiro, 2006
http://cadernosdearte.wordpress.com/
Ao ler teu poema em alma com Jorge Pimenta
ResponderEliminarmeu coração pegou fogo agora lendo todos
os teus caminhos aos céus da Poesia
meu coração ainda permanece chama
...
Beijo carinhoso.
Uma verdadeira pedrada! A fúria que retorce no cerne querendo vir à tona!
ResponderEliminarAbraços!
Corações estragados! Deus, que imagem! São eles aqueles em cuja solução conservante não se pôs formol, expostos ao ar, às intempéries? Ou são aqueles guardados in vitro nos tórax impermeáveis, decompondo-se por dentro (como os frutos)pelo bombear de um sangue ácido, corrosivo? Ou aço diluído.
ResponderEliminarNinguém sai indiferente ao expor a alma ao aguilhão estético-filosófico da sua poesia, Laura.
Beijo.
reparei, já, que na tua estética o advérbio "amanhã" ganha especial preponderância, amiga. nenhuns, como os de tempo, modelizam os sentidos da (in)acção. façamos dele uma outra cambiante: o hoje.
ResponderEliminarabraços mil!