Tempos verbais
estou:
sem sono, sem fome, sem ruído
sem ar, sem silêncio, sem ti
desconheço quando chegará a hora
a hora que temos para morrer
descer, descer, descer e descer
massacrar o cal das paredes, partir os cristais
estilhaçar as tábuas, em pó
queimar o corpo que resta, cinzas em cinzas, às cinzas
qual é o dia que chega
pelo peito, de dentro, sai e sufoca
enche o quarto de ar, de chuva
malditos, malditos sejam
todos os esqueletos guardados, chaves perdidas
todos os destroços de todos os corpos, que fomos
John Frusciante - The Past Recedes
«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares
Poeta-pintora expressionista que pinta interiores como se fossem naturezas-mortas, aquelas Vanitas, aquele memento mori. Mesmo para o amor.
ResponderEliminarÉ como uma versão depurada do poema que está mais abaixo, "E agora o que resta de nós? Excelente.
Beijo, Laura.
há verbos que fazemos melhor em nem saber conjugar...
ResponderEliminarbeijo!