«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Cor: Amarelo, pálido
Fotografia de Laura Alberto
invadiu as paredes, tímido
tomou conta de todas as pedras
até que a cal abandonou todos os quartos, todas as salas, todas as divisões
até que nada mais sobrasse,
havia então o silêncio, o frio
e a noite entrava, pela porta, pelas janelas fechadas
a noite saia dos olhos, gelava o ar, o sonho
nada mais restava
[e não vale a pena acordar-te]
[e não há sitio onde escrever]
[e não há palavras que possa gritar]
[e não vale a pena acordar-te]
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Gostei muito do poema, Laura! :) Parabéns!
ResponderEliminarBeijos.
e não vale a pena acordar-te. mas vale a pena acordarmos.
ResponderEliminarmanifesto!
grito!
motim!
pedrada (mesmo sem charco)!
Clima de pesadelo em pleno viver acordado.
ResponderEliminarÓtimo poema!
Abraço.