se quiser pintar a tua face
já nem sei que tinta usar,
minhas mãos esqueceram o rosto
que trazias nas noites frias
não sei que voz vou ouvir
quando disparar uma pergunta,
o emaranhado de alcatrão negro
não leva o meu silêncio
é ar, ar, ar, terra, terra e terra,
são as arvores, as estradas,
a tua casa lá no fundo
o ruído, o fumo
são as grades, altas
és tu
sou eu
são as cicatrizes que trazemos
“Homenagem a Henri Cartier-Bresson” de Gerard Castello Lopes
«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares
não são as cores, querida amiga; são os homens (como bem dizias).
ResponderEliminarhomenagem oportuna, esta, a castello-lopes.
um abraço!
Somos nós e as cicatrizes que carregamos. LINDO!
ResponderEliminarDesculpe não ter visitado o seu espaço antes, pois estava tirando férias (meus últimos dias) e colocando algumas idéias no lugar. Estava também preparando um material novo. Espero que goste.
Ótimo texto e ótimo blog!
Abraços calorosos.
Adriano MB.
[Na ausência, tudo falha, tudo escapa, as ruas esvaziam-se, a cidade torna-se deserta, o silêncio segue, espreitando, corre depressa e espanta-se dentro da sombra, cinza que o vento soprará para longe]
ResponderEliminarum abraço,
Leonardo B.
magistral,
ResponderEliminarbeijo