«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares

terça-feira, 29 de junho de 2010

Estudo XLVI

Pergunto que tu (não) respondes

E se de repente fica frio?
Na orla dos abetos espreitam os lobos famintos.

E se de repente cai uma tempestade?
No carreiro do húmus assoma a serpente.

E se de repente se ergue o vento?
Do alto do penhasco são minúsculas as tuas mãos.


Mulher sentada (O retrato de Muriel Belcher), de Francis Bacon
Publicada por Anónimo à(s) 11:18
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4 comentários:

  1. Jorge Pimenta29 de junho de 2010 às 12:49

    e se?... a resposta só pode ter dois sentidos e, seja qual deles for, "estou no meu posto a lutar" - como dizia manuel da fonseca.
    um forte abraço, laurita!

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  2. Unknown29 de junho de 2010 às 13:11

    evocam braços e calor toda a existência e insistência humana,

    abraço

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  3. Anónimo30 de junho de 2010 às 12:16

    Ah, Jorge, e tu sabes melhor do que ninguem que essa frase serve-me que nem uma luva.
    Hasta siempre!
    Beijos

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  4. Anónimo30 de junho de 2010 às 12:18

    Assis, é provavelmente uma tentativa minha do velho (novo) "ser ou não ser'"
    Beijos
    Laura

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