I
Caíam as laranjas,
Libertando o sabor amargo.
Mil borboletas morriam,
Nas doces gotas de orvalho.
II
Solta-se a faniqueira,
Da mão do petiz.
Esconde-se a aranha.
Foi por um triz.
III
Pintarei num quadro,
Com pó de giz,
O risco,
De tudo o que quis.
«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares
Laura,
ResponderEliminar"Pintarei num quadro
Com pó de giz,
O risco,
De tudo o que quis."
"No giz do gesto o jeito pronto..."
PRA VOCÊ GUARDEI O AMOR
(Nando Reis)
Gosto das intersecções, das coincidências é do que mais gosto...
Abraço poético,
Pedro Ramúcio.