(Suspiro)
Não sei se tudo parto.
(Raios)
Não sei se tudo curo.
(Suspiro)
Procuro a ferida sana,
Para nela enfiar o dedo,
E rasgar a pele até ao osso.
Deixar assim sair,
Os vermes que diluem os músculos,
E raspam os ossos.
Ah, não sei se tudo mato,
Ou se tudo me mata.
«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares
laura,
ResponderEliminarvocê conhece augusto dos anjos?
tratou-se de um poeta parnasiano brasileiro... se puder, leia-o.
esse poema parece ter saído das pa'ginas de um livro dele.
abração,
roberto.
Na equação "tudo me matar" / "tudo eu matar" será que não existe uma complementaridade inclusiva? Receio que o problema esteja no "tudo" (como tantas vezes no "nada"). Por vezes temos de nos bastar com aquilo que conseguimos... sem nos resignarmos.
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