Presente
a correr pelo alcatrão quente
entre o fumo que se absorve, lento
quisera ter asas e saber que podia voar
faria do céu o túmulo do sonho sublimado
a fugir na estrada de terra solta
entre abetos que vivem, sempre
quisera voar e saber o que eram asas
faria do teu corpo o lugar onde pousar o abraço
a dormir pelos dias abafados
que escorrem pelo tempo
«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares
pousar o abraço e repousar os passos, o corpo pede canto
ResponderEliminarbeijo
"faria do céu o túmulo do sonho sublimado"
ResponderEliminarse ícaro te tivesse lido há mais tempo...
beijos, amiga!