Fastio
bocejo:
mergulho a colher baça no café
que pinta a parede da chávena cansada,
os olhos humedecem-se de tédio
bocejo:
a colher viola a espuma,
num gesto mecânico agito a água tingida
a espuma abre-se, fecha-se e abre-se de novo
numa espiral mesclam-se a espuma e o café
bocejo:
são braços que se abrem, são braços que abraçam
são mãos que se fecham, são mãos que largam
são lábios que se abrem, são lábios que se calam
bocejo:
bebo o café de um gole só,
sempre sem açúcar
bocejo:
mergulho a colher baça no café
que pinta a parede da chávena cansada,
os olhos humedecem-se de tédio
bocejo:
a colher viola a espuma,
num gesto mecânico agito a água tingida
a espuma abre-se, fecha-se e abre-se de novo
numa espiral mesclam-se a espuma e o café
bocejo:
são braços que se abrem, são braços que abraçam
são mãos que se fecham, são mãos que largam
são lábios que se abrem, são lábios que se calam
bocejo:
bebo o café de um gole só,
sempre sem açúcar
Sem comentários:
Enviar um comentário