Virilha
triste condenado,
com a unha amarela de gigante
raspa a crosta seca
para libertar o líquido fétido
correndo entre estranhos capilares
mirrado ser
de olhos tombando,
bebe o cheiro que se liberta
do rio de verde pus
jorrando do peito corcovado
[ao fim e ao cabo
não és assim tão grande
pois não?]
Mão Morta - Müller no Hotel Hessischer Hof (1997)
«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares
eu fiz um poema hoje usando a palavra virilha e quando chego aqui, coincidência boa
ResponderEliminarbeijo
grande? todos os pedestais são de argila...
ResponderEliminarum beijo!
ah, e se for mesmo maior do que a coragem, há sempre o aranhão e o bicho-papão :)
ResponderEliminarolhando-o assim, realmente...
ResponderEliminar(vou experimentar, já volto!)
Beijo Laura
p.s. já senti na pele a picada de um aranhão, foi tamanho estrago!