Paiol
é íngreme a ladeira que se desce,
aos soluços na rebelião,
(olha ali um regato)
catrapum, catrapaz,
abrem-se as feridas nos joelhos,
(então não viste a gravilha manhosa?)
escasseia o ar racionado,
perdem-se as marmitas ferrugentas,
catrapaz, catrapum,
quebram-se os ossos do corpo,
(os bancos de nevoeiro assomam lá ao fundo)
ardem os cobertores de lã,
padece-se no frio do silêncio,
(dorme, aguarda-se a explosão)
«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares
General, paiol. Manifesto bélico ou implosão?
ResponderEliminarabraço
o paiol está seco, querida amiga. a pólvora mirrou nos dedos de um estio quente onde a mais dura das quedas não é senão diversão de criança.
ResponderEliminarum beijo!
(depõe as armas)