Acidente(s)
ovo sobre asfalto quente,
o cheiro a borracha queimada,
pneu estraçalhado no meio da estrada,
tendões sem força para operar os membros,
sangue coagulado na tarde,
músculos enegrecidos na semana sem nome,
e agora?
e agora?
aguarda-se:
a violência sobre as frontes,
a chuva nos olhos exaustos,
o pó no coração derrotado
«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares
nada vem desacompanhado, nem o acidente,
ResponderEliminarabraço
por mais que a gente quiera, Assis!
ResponderEliminarBeijos,
Laura
acrescento ainda Assis, perspicaz!
ResponderEliminarBeijos
Laura
viste crash? viste a rede de relações subliminares que prendem os diferentes rostos sob uma mesma mão? nada é fortuito... tudo sucede por uma razão. a questão é sabermos por-nos no centro decisório e não ficar de fora do que sentimos ser vital na nossa vida.
ResponderEliminarum beijinho, laurita!
Jorge, claro que vi e durante uns dias custou-me respirar!!!!
ResponderEliminarAcredito no destino, apesar de muitas vezes ter sido traída por ele. Reconeço com tudo as estranhas lições da nossa vivência!
Beijo