Janeiro, ainda que debaixo de um sol tímido o ar frio gela-me o corpo. Sucumbo ao cansaço, sinto a pele estilhaçar, os ossos a quebrar e o gelo invade-me o peito.
Sento-me num banco corrido, a pouca luz apenas me deixa adivinhar o vulto que atravessa o corredor. Mantenho a cabeça baixa, numa tentativa de passar despercebida, não sei como mas acabei por aqui vir ter e agora tenho de esperar.
Um boa tarde quase imperceptível, respondo também, Boa tarde e continuo a ler as lápides de pedra que contornei até me sentar no banco corrido: Faleceu a 09 de Abril 1607, Faleceu a …, e uma série de datas, de palavras arcaicas mas fáceis de deduzir o sentido.
Não, não me dês pontapés, há muito que estamos de relações cortadas. O caminho é longo, não há como voltar para trás.
Uma segunda pessoa passa, um homem com um pesado sobretudo, de certeza que não terá frio. Silêncio. Volta a fazer o percurso inverso, continuo lá desta vez não me pode ignorar, Precisa de alguma coisa?, troco as letras no chão pelo seu rosto, Não, obrigada eu estou de saída.
Estava mesmo de saída, ainda não foi desta.
Laurinha,
ResponderEliminarum purgatorium que nos deixa sem saída... apenas a Poesia salva e cria asas.
Beijos!
Será que o comentário foi?...
ResponderEliminaradoro o ambiente denso e incitante que crias em tua lira!!
ResponderEliminarbeijo, poeta Laurinha!
Não dá para ficar indiferente a este Janeiro......
ResponderEliminarlaura alberto, poesia e prosa.
ResponderEliminarbeijão,
r.
Um janeiro gélido , mas crepitante de emoção.
ResponderEliminarBeijinho
nem o frio nos esquece, e enquanto isso o sol demora-se...
ResponderEliminarbela a tua prosa, Laura!
beijinhos
eu amanheci em um janeiro e desde então me floram eflúvios de incertezas,
ResponderEliminarbeijo
Uma lápide , um calafrio. É frio de inverno ?. Aqui é verão agora não pode-me ignorar, troco as letras então.
ResponderEliminarbjs