I
aponta estrelas
uma a uma
sem medo
II
não é o céu cinzento
que tombará
ante os nossos pés
III
afaga o trigo
dourado
áspero na seara ondulante
IV
as entranhas da terra
não se abrirão de par em par
jamais
V
o aço frio
o tambor oleado
o beijo fatal
VI
e o dia nascerá amanhã
e depois, e depois
igual a todos
VII
é apenas um ser
um ser, mas é
humano, sem asas
«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares
Laura: maravilhoso, maravilhoso te ler. Apenas um ser humano, sem asas...e é tanto isso!
ResponderEliminarBeijos,
humano, demasiadamente humano
ResponderEliminarbeijo, beijo
Laura querida amiga
ResponderEliminarObrigada pela visita. Desculpe-me da ausência. Foi em face de várias adversidades que de vez em quando nos assola. E a suas notas bem diz: Afinal sou apenas um ser humano sem asas.
Um lindo dia
B js
ResponderEliminar[da tinta dessas letras, recordam-me aquelas outras de Cesariny...
«Uns dizem que é a noite
a noite e nada
outros não acham que dizer
e dormem e sonhem e desmentem
o sonho que dormiram.»
... esse humano sopro de ser]
um imenso abraço,
Leonardo B.
laura,
ResponderEliminarsaudade de vir aqui ler suas coisas, estas inconfidências que a poesia nos entrega de bandeja.
saudades muitas de ti.
que o proximo novembro seja português.
bora???
beijão,
r.
Ser humano, sem asas, com sonhos e desejos. Sem aço.
ResponderEliminarbeijo
do homem!
ResponderEliminarbj, poetaça
P.S. sempre sentindo sua ausência
e os olhos comidos na voragem no mercúrio de escamas que a todos engole. ouves o seu gemido?... de porta em porta.
ResponderEliminarabraço, laura!
Não é o céu cinzento,
ResponderEliminarmas poderia ser.
Salve Mr. Cash.
É isso que somos todos, apenas humanos, sem asas, com dois pés para caminhar e duas mãos para segurar o que a vida nos atira...
ResponderEliminarBeijo.
belíssimo,Laura!
ResponderEliminarsimplesmente adorei :-)
beijos!
A transformação não será nos céus e nem na terra e sim no interior de nós mesmos.
ResponderEliminarBjos!
e não somos epílogo de nós mesmos?
ResponderEliminarbeijo, beijo!