um
fio de sangue escorria
pelo
interior das coxas
fio
fino esse, depois largo rio
pés
descalços pisavam
o
solo ainda húmido da noite passada
os
primeiros raios de luz
os
primeiros sons de vida
o
eterno frio colado ao corpo
parcas
roupas cobrindo a nudez
cabelos
desgrenhados colados à testa
comidos
com apetite voraz
acentuado
odor almiscarado
corria
louca pela estrada que desconhecia
pés
em ferida, pele suja
o
sangue corria, o fio engrandecia
marcava-se
o trilho dos seus passos ao acaso
mergulhou
num lago
tentativa
de se expurgar
e
aí ficou esquecida
e aí ficou.
ResponderEliminaro esquecimento é uma cidade no fundo das águas.
a eternidade do mergulho!
ResponderEliminarler-te é estar diante da grande tela, sem piscar os olhos. sempre um roteiro espantoso
bj poetaça, minha tão querida amiga
"cabelos desgrenhados colados à testa, comidos com apetite voraz". Cabelos comidos. Gostei dessa ideia! E o velho mundo acabou sim. E o novo já começou. Basta observar atentamente.
ResponderEliminarBjos!
PS: Sempre baixo suas dicas musicais. Mas, quase não vejo música brasileira. Você curte? Conhece a pernambucana Karina Buhr? As letras das músicas dela são ótimas!
aí se perdeu em naufrágios,
ResponderEliminarbeijo
Mas talvez tenha encontrado o seu lar, nessas águas onde procurou a redenção...
ResponderEliminarQuanta dor nesses versos que sangram!
ResponderEliminarbeijoss
nem a memória a recorda, sequer. a verdade inscreve-se sempre com a tinta do sangue.
ResponderEliminarabraço, laura!
Laurinha,
ResponderEliminarpor vezes é necessário esquecermos de nós mesmos, para nos constituir novamente em (re)lembranças.
Muito lindo!
Beijos e beijos! :)
O sangue é uma marca na tua poesia.
ResponderEliminarDesta vez purificado num lago.
Poema forte e muito bom. Gostei.
Querida amiga, tem um Feliz Natal, extensivo aos que te são mais queridos.
Beijinhos.
Laurinha,
ResponderEliminarestou passando para desejar um lindo natal e um feliz ano novo!!!
Beijos!
enquanto te leio, vou desenhando tua voz... e o que vejo é tão bonito!
ResponderEliminarbeijo, poeta!