O silêncio com que preenchemos os nossos dias,
acabaria por revestir as paredes do quarto,
tornando-se no familiar (des) conforto.
Nas jarras outrora povoadas de flores,
jazem caules ressequidos,
abandonados pelos vermes da decomposição.
Nos interstícios do ar saturado,
pairando sorrateira,
a lamina de aço da gélida vingança.
Tem finalmente o guerreiro,
A força da espera,
À sua mercê o corpo não-habitado.
«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares
Sem comentários:
Enviar um comentário