Árvore
Da primeira vez,
Que subi no teu tronco,
Ficaram as cascas nas unhas.
Não as tirei.
Da segunda vez,
Deixaste lamber as folhas.
Da terceira vez,
Tua seiva correu dentro de mim.
Já não me lembro da última vez.
«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares
talvez a seiva tenha germinado as raízes onde assentamos o corpo e a vontade.
ResponderEliminarum beijinho, Lauríssima (não resisto a este sufixo superlativo para aqueles - poucos - que o merecem, ainda que deva direitos autorais ao Roberto (que no caso tem uma variante: Robertílimo :) ).
Acho que vou copiar também, posso Robertíssimo?
ResponderEliminarObrigada Jorgíssimo!
Beijos