Sentidos
que cantem as barras de ferro
arriando contra si
que escutem os lábios
o rebentar da sua pele
que sorvam os ouvidos
o sangue gotejante
que vejam os olhos
o vento fugindo nas searas
que se escondam no porão
as histórias de papelão
Robert Frank, NYC, Bleecker Street, 1993
«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares
"que se escondam no porão
ResponderEliminaras histórias de papelão"
e que ardam na fogueira da memória. o único fogo que redime é aquele que se sente mas não se vê...
um abraço!