Mostra-te, ó medo,
Para que possa cravar um punhal no teu peito,
Rasgar o tecido muscular,
Para que de ti jorre esse sangue cobarde.
Sai da tua toca, ó medo,
Deixa-me enfrentar a tua fronha,
Cravar as unhas no teu crânio,
Povoado de inúteis pensamentos.
Levanta-te já, o medo,
Da latrina putrefacta em que habitas,
Solta o passo célere,
E permite-me esgaçar os teus tendões.
Inspira, ó medo,
Esse ar bafiento que te rodeia,
Enquanto tentas resistir
À mão que te sufoca.
Foge, foge, ó medo,
Entre os teus cursos de inércia,
Para que te possa assassinar no sonho do futuro.
«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares
Como a palavra pode arrancar de dentro de cada um a coragem mais recôndita e vulgarizar todos os escorpiões que nos rodeiam...
ResponderEliminarAdmirável a sua força!
como gostaria de dar vida a cada palavra lida bem alto dentro de mim, talvez afugentasse esse monstro e parasita...(desculpem-me a simplicidade das palavras)
ResponderEliminarA simplicidade das palavras faz delas verdade.
ResponderEliminarObrigada!