acordo: uns cêntimos no bolso
levanto-me: um rosto que não sei
tento a subida: são cinzas que chovem
deixei que o tempo fugisse
entre as mãos sem o saber
agora que movo os dedos
já nada tenho para agarrar
não sou este corpo, não sou este retrato
sorrio e não me sei eu
choro e não me sei encontrar
penso: que quero eu então
penso: eu que tudo tenho
penso: procuro-me enquanto me perco
penso: vou-me perdendo enquanto me reconheço
e a tinta da china tudo é bonito
e com flores tudo tem um novo aroma
e com música todos os medos se retraem
e eu com alguns cêntimos no bolso
e sem sonhos para comprar
ResponderEliminar[o eu que se reclama
noutro eu, que
este sem chama.]
um imenso abraço, Laura
bL