espreita do outro lado da janela
com dentes cariados e hálito pérfido
marca os segundos no vidro embaciado
deixando o riso escapar
fecho os olhos e vejo
cerro os dentes e falo
ah, maldito sejas tu
com tuas vestes brancas
com tua voz de candura
torcendo os ponteiros
ameaçando a carne que envelhece
cubro o corpo e tremo de frio
esqueço o tempo e as pragas cumprem-se
tira-me as medidas
compra-me um belo par de sapatos
tece-me o fato que sonhaste
prende os pregos nas tábuas lisas de pinho
pois sabes bem que daqui não me é possível sair
[no fundo todos estamos realmente frios]
Fotografia de Pedro Polónio, http://club-silencio.blogspot.pt/
Continuas a esventrar... e bem...
ResponderEliminarMais um magnífico poema.
Um beijo, querida amiga.
neste inferno gélido pairam as sombras desgarradas dos dias, um rosto ou um corpo que se despedaça,
ResponderEliminarbeijoooos
Sim... não há calor que fraqueje a desesperança.
ResponderEliminarÓtimo, Laura.
é isso, todos nós caminhamos para o mesmo destino, o beco! haverá saída?
ResponderEliminarbj, minha poeta tão gostada
laura, incrível o poema. estou encantado.
ResponderEliminarfrios e silenciosos...
ResponderEliminaresplêndido poema...
beijo carinhoso.
Laura,
ResponderEliminarA lucidez dói, e tu és muito lúcida.
Beijo :)
Seus esventrados me deixaram no vazio.
ResponderEliminarBjs.