Porto
uma mão cheia de nada
sempre que a ti regresso
encho os pulmões com o teu granito
vejo o vento na esfera cinzenta
abraço os que esperam
um mão cheia de tudo
sempre que de ti saio
trago o fumo no peito
bebo os pássaros da terra
carrego o peso do teu existir
sempre que em ti penso
tropeço na saudade
Fotografia de Laura Alberto
«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares
"regresso II
ResponderEliminarsomos apenas a saudade
e o seu derradeiro antídoto."
qualquer regresso inaugura nova etapa em quem visita e no que/quem é revisitado.