mil cavalos voam lá fora.
alguém permitiu que os abetos corram.
nascem flores dentro do solo.
teus olhos pararam
abertos sobre as órbitas
cortaram os ramos sobejantes,
amarraram os que restam
dentro de brancos lençóis desinfectados
teus olhos ouvem
piscam tocados pelo ar quente
continua o vento lá fora
destemido
seguem-se as folhas ordeiramente
teus olhos minguaram
simplesmente se esqueceram
Um dia cinzento, Jorge Molder
«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares
a cada vez que aqui venho me deparo com essa tua rara escritura, afiando fino o fio do verbo
ResponderEliminarbeijo
que parem, que mingüem, que apodreçam, que morram... o essencial continuará a ser invisível aos olhos.
ResponderEliminarum abraço, laurinha!