então o mestre construiu
uns elevados muros de betão
onde as janelas escassas
deixavam adivinhar uma luz fraca
pintada com receio num pálido azul
mandou depois vir correntes de ferro
com as quais prendeu os pés dos esconjurados
e berrou-lhes sempre a mesma cantilena
e eles:
pálidos, magros, de olhos perdidos, de pés descalços, de pernas cheias de feridas, de mentes cansadas, de braços caídos, sem força nas mãos, sem conhecer o sonho
e eles, gritavam:
nem o teu mundo nos consegue conter
nem a tua morte nos faz perder
e essa unha imunda desconhece o que nos faz respirar
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