E é chegada a minha
vez de sair de cena. A terceira pessoa ganha finalmente o seu papel de
protagonista.
Estendeu-lhe a mão
aberta, mas sem remédio, sem salvação. Primeiro sentiu a pele fria e áspera, os
ossos sem réstia de carne.
Como que à
queima-roupa, mas nunca pelas costas, jamais pelas costas, disparou-lhe a
pergunta, Tens o dinheiro? Deveria tê-lo, mas esqueceu-se onde o puseram. Sim,
decididamente deveria ter o dinheiro, outros tinham-se certificado de lho
colocar nos bolsos. Só que agora as mãos inertes não saberiam busca-lo e de
pouco lhe adiantaria a voz abafada debaixo de uns lábios extintos.
Sim, tinha
realmente as moedas e ia ficar errando pois não sabia como as encontrar.
A porta fechou-se
pesada, um baque forte, o silêncio derradeiro.
Fotografia de Pedro Polónio, http://club-silencio.blogspot.pt/
É chegada a vez de reentrar em cena.
ResponderEliminarSaudades que não cabem no D'ouro.
Beijo grande do
r.
o silêncio ainda não finda neste infindo
ResponderEliminarbeijo
Se a terceira pessoa é do plural, menos mal. (rimou :))
ResponderEliminarGrande beijo, Laurinha!
Com saudades imensas.
A terceira pessoa ganha finalmente o seu papel de protagonista. Abre muita margem pra pensar isso.
ResponderEliminarPor cada pessoa que entra em cena (na nossa) vamos perdendo protagonismo...
ResponderEliminarMagnífico texto, gostei muito.
Tenho andado sem tempo para visitas... mas lá consegui vir aqui, coisa que eu gosto, de resto.
Um beijo, minha querida amiga Laura Alberto.
Lindo, Laura
ResponderEliminarA vida é assim. Sempre uma terceira pessoa a entrar em cena. Será que petiz ganhou o papel de protagonista?
Lindos dias de luz
Beijos.
Ai, como pesam esses momentos finais! Meu beijo.
ResponderEliminarA tua poesia tem força de empurrar a verdade para a frente!
ResponderEliminarA vida é uma sucessão de cenas em que por vezes somos protagonistas, noutras atores secundários.
ResponderEliminarBeijo de saudades
Sei como deves andar absorvida, mas aproveita cada segundo. Passa tão rápido .
sair de cena...
ResponderEliminarbeijos, poeta!