"eles não sabem que vão morrer"
José Saramago
I
são as sombras que nos desenham
nos paralelos de qualquer cidade
nas noites em que nos perdemos
II
não sei dançar, nunca soube
não sabes dançar, esqueceste-te
os mestres há muito que se foram
III
esvazia as tuas garrafas
enche os teus copos
alguém saberá como limpar os despojos da noite
IV
sem voz, sem silêncio
[as trevas penetram pelas paredes do quarto]
rápido, antes que a última golfada de sangue seque
V
os que brincam com as cinzas
não são os mais destemidos
são talvez os mais tolos inconsequentes
VI
no fim
não haverá urna
que nos sirva
Pra quem interessa... deixo sempre um copo cheio esperando...
ResponderEliminarBj, poeta
outra urna que nos habita ou que vamos habitar,
ResponderEliminarbeijo
a vida é uma linha tão sóbria...
ResponderEliminarbeijinho, amiga poeta!
saudade!
"são as sombras que nos desenham
ResponderEliminarnos paralelos de qualquer cidade
nas noites em que nos perdemos"
Já começa me arrebatando. Que belo poema!
Beijo.
belíssimo! adorei todos eles e especialmemnte os tolos inconsequentes :) beijo
ResponderEliminarLaurinha,
ResponderEliminarque bom te ler de novo!
Se no fim não haverá urna que nos sirva, é bastante provável que brincar com as cinzas seja interessante.
Beijos e ótimos dias!
este perturbou-me... mas gosto que as palavras me perturbem!
ResponderEliminarUrna que sirva
ResponderEliminarCinzas com flores jogadas ao mar.
Bjs.