E agora? O resto da folha
horrivelmente branca e a tinta assustadoramente negra. Nenhuma voz ganha corpo
suficiente para deixar o seu trilho, nenhum corpo me chega para assentar a
alma.
E agora? Deixar que o abismo
aumente violento debaixo das minhas passadas, ou fingir que finjo, que acredito
que sei voar.
E agora? A verdade escrita diante
de mim. Moldada. Berrada. E os ouvidos surdos de dor.
E agora? No fundo, o denso rio
imóvel. No passado a promessa, mas também ninguém a ouvi outrora, ninguém a
saberá no futuro.
E agora? Só me resta conseguir
saltar.
Estas pausas, esta inércia: este
tudo ou nada? Nenhuma imagem é digna dos meus olhos. Pausa.
Laurinha,
ResponderEliminarnos caminhos do Purgatorium parece que é assim mesmo, "tudo ou nada", como se não existissem alternativas no meio disso. Os extremos em composição e decomposição da alma.
Maravilhosa série!
Beijos!