I
os outros morrem
saberás ao menos o seu nome
ou vais carpir um desconhecido?
II
os outros morrem
o sinal da cruz, abençoados
deixá-los ir em paz
III
os outros morrem
dê-lhes alguém o céu
que descansem em paz
IV
os outros morrem
e tu finges que choras
e tu finges que sabes
V
os outros morrem
e tu pensas,
ainda bem que não fui eu
VI
os outros morrem
e tu como eles
um dia vais morrer
Fotografia de Pedro Polónio, http://club-silencio.blogspot.pt/
A morte aproxima-se de nós a cada ano, não porque envelhecemos, mas porque nos tornamos íntimos dela: quando ela leva nossos entes queridos; quando ela parece facilitar os dias incertos à frente, como uma opção menos aterradora.
ResponderEliminarBeijo.
Vivi todas as mortes possíveis.
ResponderEliminarFicou faltando a derradeira, que até quis me visitar e que sei lá porque preguiça mudou de ideia.
Um dia a gente morre na mãe.
Um dia no pai.
Morre também em pequenas partes da gente mesma.
Morre nos olhos de quem nos abandona.
Morrem os nossos olhos em paisagens sem cor.
Morre-se e continua-se vivendo.
Vive-se em nome da morte.
E um dia, enfim, ufa, se morre de verdade.
beijoss
o dia de nossa morte anuncia-se com nosso primeiro grito!
ResponderEliminarBeijinho, querida!
A inevitabilidade da vida....
ResponderEliminarMorrer dói, mas já estamos habituados.
ResponderEliminarNotas perfeitas!
bj grndão
A morte é o último dos obstáculos, até lá muitos há a enfrentar. E, não os enfrentando, a invencível morte fica mais próxima.
ResponderEliminarBeijo :)