Hoje, vejo os que se afastam em largas passadas, tornam-se minúsculas figuras até que desaparecem do meu olhar. Conheço-os, sempre os conheci e mesmo quando a sua imagem desaparece do meu alcance, sei-os desde sempre.
Sempre estiveram arrumados nas prateleiras, perfeitamente catalogados, esquecidos, ocultos pelo pó. A maior mentira de todas, o que se não vê jamais será lembrando.
Hoje, saíram todos do seu covil, limparam o pó que os cobria, vestiram o seu melhor fato. Saíram.
Fico aqui a ver as suas negras formas contra a linha do horizonte. Grito uma despedida. Ouço um adeus lancinante.
Acendo um cigarro, esperança vã que a bronquite se decida de uma vez.
E da memória nada reste.
A violência da memória é pior do que punhal e essas imagens (que purgam) sei de cor.
ResponderEliminarRepetindo sem cansar... Adoro tua tinta!
Bj imenso
Acessei pelo facebook, pois não estou conseguindo via blog.Aparece-me como um blog fechado.
ResponderEliminarbj
a memória atormenta com seus tragos infindos,
ResponderEliminarbeijo
depois de fatos, os dias tornam-se fardos...
ResponderEliminarbeijinho carinhoso, querida amiga poeta!
Estava com uma saudade danada! da tua escrita! Não tenho podido visitar os blogues que gosto, ultimamente, devido a problemas de saúde na família. Hoje conseguí um tempinho e cá estou! Tentei acessá-lo, e na primeira vez o blogger saiu com aquela de "perfil não disponível". Ainda bem que conseguí!
ResponderEliminarEscreves tão bem!, Laura, sinto como se estivesses conversando comigo, tão claro te expressas!!
um beijo
- deu vontade de dizer: a superação de nós mesmos depende de como tratamos o conteúdo do íntimo. se o transformaremos em luz ou se o pintaremos com a ilusão da treva.
ResponderEliminare tem mais, seu texto, de alguma forma, me fez recordar essa música aqui:
"Posso ouvir o vento passar,
assistir à onda bater,
mas o estrago que faz
a vida é curta pra ver...
Eu pensei..
Que quando eu morrer
vou acordar para o tempo
e para o tempo parar:
Um século, um mês,
três vidas e mais
um passo pra trás?
Por que será?
... Vou pensar.
- Como pode alguém sonhar
o que é impossível saber?
- Não te dizer o que eu penso
já é pensar em dizer
e isso, eu vi,
o vento leva!
- Não sei mais
sinto que é como sonhar
que o esforço pra lembrar
é a vontade de esquecer...
E isso por que?
Diz mais!
Uh... Se a gente já não sabe mais
rir um do outro meu bem então
o que resta é chorar e talvez,
se tem que durar,
vem renascido o amor
bento de lágrimas.
Um século, três,
se as vidas atrás
são parte de nós.
E como será?
O vento vai dizer
lento o que virá,
e se chover demais,
a gente vai saber,
claro de um trovão,
se alguém depois
sorrir em paz.
Só de encontrar"
O Vento - Los Hermanos
música: http://www.youtube.com/watch?v=DeiYR0eST7U
O afastamento (de todos e por todos) se faz necessário, às vezes. Quando se está perto demais, a visão pode ficar ofuscada e embassada. Tanto que temos a sensação de que o próximo está distante e o distante está próximo.
ResponderEliminarBjo
Laurinha,
ResponderEliminarporque tem seres que nos abitam, e que voltam como aquele velho monstro, repaginado e ainda menos simpático.
Lindo, lindo!
Tive que retirar provisoriamente do meu blog os "blogs recomendados", havia uma imagem com problemas. Irei retomar nos próximos dias, talvez me escape de vir em algum post teu em função disso.
Beijos!
Nem a bronquite é capaz de expurgar o monstro da memória.
ResponderEliminarComo sempre tocante .
Bjs