Aguardo pacientemente a chegada da noite.
Pacificamente sentada no meu banco do jardim,
Desejo a subida do nevoeiro, vindo do rio,
De encontro ao ponto da espera.
Sinto o ar frio correndo ao lado da estrada,
Enquanto me sento em esperança,
Calmamente suplicando o regresso
Do desfecho dos dias infinitos.
Na luz do dia projecto a sombra da noite,
Dormindo de olhos abertos.
Na escuridão da noite vivo desperta
Procurando o devaneio do ser.
Desejo o sono da noite profunda
Para te reencontrar no sonho.
Naquele nosso sonho nunca partilhado.
«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares
"Desejo o sono da noite profunda
ResponderEliminarPara te reencontrar no sonho.
Naquele nosso sonho nunca partilhado."
E assim, as noites deixarão de ser brancas e os dias cinzentos...
Beijinho!