Europa vestiu o cómodo casacão,
Observando com os olhos da indiferença,
Surda às suplicas de auxílio,
Imóvel perante os que caem.
Esqueceu a posição de soberana,
Preferindo a lugar de espectadora.
A Europa desistiu!
«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
terça-feira, 24 de novembro de 2009
INCOMODO?
E uma formiguita arrastava o mundo.
Puxando-o, decidida, para a sua toca.
Decidia que ele seria o seu brinquedo,
Enquanto pensava como dispor os homenzinhos.
Rolava a bola azul, empurrada pela formiguinha,
Ignorando o seu destino, confiando.
Os homenzinhos viviam, imitando,
As acções impensadas dos seus antecessores.
Rolava o mundo, abismo fora,
Satisfazendo o capricho,
Seguia o mundo, futuro fora,
Vivendo acomodado, incomodando-me.
Puxando-o, decidida, para a sua toca.
Decidia que ele seria o seu brinquedo,
Enquanto pensava como dispor os homenzinhos.
Rolava a bola azul, empurrada pela formiguinha,
Ignorando o seu destino, confiando.
Os homenzinhos viviam, imitando,
As acções impensadas dos seus antecessores.
Rolava o mundo, abismo fora,
Satisfazendo o capricho,
Seguia o mundo, futuro fora,
Vivendo acomodado, incomodando-me.
Da janela do meu quarto prevejo o Inverno.
Os altos picos de uma minúscula montanha
São ocultados por um denso nevoeiro,
Envolvendo os gigantescos pinheiros,
Libertando o odor revigorante de eucalipto.
Na minha mente imagino o Inverno.
Os dias que passam a correr,
Desejando as noites frias,
Passadas em silêncio nesse quarto,
Onde adivinho a chegada do Inverno.
Da janela do meu quarto vejo a escuridão.
O dia dá lugar ao crepúsculo.
Os silêncios libertam os sons.
Uma coruja pia timidamente,
A mesma coruja fala corajosamente.
No meu intimo desejo o Inverno,
Para acordar do meu hibernar.
Os altos picos de uma minúscula montanha
São ocultados por um denso nevoeiro,
Envolvendo os gigantescos pinheiros,
Libertando o odor revigorante de eucalipto.
Na minha mente imagino o Inverno.
Os dias que passam a correr,
Desejando as noites frias,
Passadas em silêncio nesse quarto,
Onde adivinho a chegada do Inverno.
Da janela do meu quarto vejo a escuridão.
O dia dá lugar ao crepúsculo.
Os silêncios libertam os sons.
Uma coruja pia timidamente,
A mesma coruja fala corajosamente.
No meu intimo desejo o Inverno,
Para acordar do meu hibernar.
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Como eu.
Só.
Como a arvore que morre especada,
Caindo ruidosamente na floresta silenciosa.
Só.
Como a gota de água que baixa,
Mergulhando no oceano indiferente.
Só.
Como a pedra que rola,
Precipitando-se no desfiladeiro ausente.
Só.
Como a sombra que alastra
Diluindo-se na noite sombria.
Só.
Como o vento como o vento que galga
Perdendo-se nas eternas planícies.
Só.
Como o ser iludido,
Que teima amar.
Como a arvore que morre especada,
Caindo ruidosamente na floresta silenciosa.
Só.
Como a gota de água que baixa,
Mergulhando no oceano indiferente.
Só.
Como a pedra que rola,
Precipitando-se no desfiladeiro ausente.
Só.
Como a sombra que alastra
Diluindo-se na noite sombria.
Só.
Como o vento como o vento que galga
Perdendo-se nas eternas planícies.
Só.
Como o ser iludido,
Que teima amar.
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Aguardo pacientemente a chegada da noite.
Pacificamente sentada no meu banco do jardim,
Desejo a subida do nevoeiro, vindo do rio,
De encontro ao ponto da espera.
Sinto o ar frio correndo ao lado da estrada,
Enquanto me sento em esperança,
Calmamente suplicando o regresso
Do desfecho dos dias infinitos.
Na luz do dia projecto a sombra da noite,
Dormindo de olhos abertos.
Na escuridão da noite vivo desperta
Procurando o devaneio do ser.
Desejo o sono da noite profunda
Para te reencontrar no sonho.
Naquele nosso sonho nunca partilhado.
Pacificamente sentada no meu banco do jardim,
Desejo a subida do nevoeiro, vindo do rio,
De encontro ao ponto da espera.
Sinto o ar frio correndo ao lado da estrada,
Enquanto me sento em esperança,
Calmamente suplicando o regresso
Do desfecho dos dias infinitos.
Na luz do dia projecto a sombra da noite,
Dormindo de olhos abertos.
Na escuridão da noite vivo desperta
Procurando o devaneio do ser.
Desejo o sono da noite profunda
Para te reencontrar no sonho.
Naquele nosso sonho nunca partilhado.
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Não, não podes.

Não me apetece falar.
Quero apenas ser como tu,
Uma onda do mar que chega à costa,
Vinda do infinito onde habita o nada.
Um frio pedaço de água,
Contornando habilmente gigantescos rochedos,
Somando os semelhantes, subtraindo os desiguais.
Não me apetece sentir.
Quero apenas ser como tu,
Onda do mar ocultando o sentimento,
Seguindo o curso das marés,
Chegando. Partindo.
Ignorando para quando o regresso,
Adiantando um possível epilogo.
Não. Não me apetece escrever!
terça-feira, 10 de novembro de 2009
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Uma ervilha descansava sobre um grão de areia.
O relógio, teimoso, insistia em bater as doze horas.
Isolados brotos de erva resistiam ao vento leste.
Folhas dos dias habitavam os calendários.
O relógio, teimoso, dava as horas, mantendo-se parado.
Tic Tac. Tic Tac
Os frutos transformavam-se em flores.
O Universo, decidido, parou a sua expansão.
O relógio, teimoso, desafiou a gravitação.
E uma formiga arrastava o mundo.
O relógio, teimoso, insistia em bater as doze horas.
Isolados brotos de erva resistiam ao vento leste.
Folhas dos dias habitavam os calendários.
O relógio, teimoso, dava as horas, mantendo-se parado.
Tic Tac. Tic Tac
Os frutos transformavam-se em flores.
O Universo, decidido, parou a sua expansão.
O relógio, teimoso, desafiou a gravitação.
E uma formiga arrastava o mundo.
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
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