As palavras que se escrevem,
Dia após dia.
Noite após noite.
Formam estranhas frases que criam um poema.
Todo o sentimento do mundo,
Registado numa enigmática prosa.
Letra de uma música que ecoa,
Na mensagem que transporta.
A dor que consome o condenado,
Prisioneiro numa teia que não teceu,
Acaso de uma vida anulada,
Revisitada em contínuo sobressalto.
O amor que lentamente corrói,
Num fogo doloroso,
Aquele cujo erro foi amar
Quem nunca existiu.
«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares
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