daqui a uns dias pinto o cabelo de ruivo,
acabaria deitada na mesa de inox,
omoplatas relaxadas no frio das tuas mãos,
o cessar da dança do diafragma,
odor a desinfectante esparramado nos pulmões,
músculos contraídos à espreita do bisturi,
olhos fixos nas paredes de mármore,
daqui a uns dias vou ter frio,
acabaria à espera:
da gaveta frigorifica,
da etiqueta sem nome,
sem ti

Fotografia de Jorge Molder
gélido o clima, lembrou-me Hell Freezes Over do Eagles, assim como o inferno congelado,
ResponderEliminarabraço
Laura! Chega a enregelar as pálpebras! Das relações espelhadas entre amor e morte? Himeneu & morgue. Impossível ficar indiferente.
ResponderEliminarAbraço.
Assis, sempre boa a sua visita aqui! Estamos no Verão, mas para mim parece que continua o Inverno!
ResponderEliminarBeijo
Marcantonio, por vezes penso que o amor é mesmo isso, o preludio da morte.
ResponderEliminarBeijo
Uau, adoro o impacto misturado com o lirismo que seus poemas nos oferecem!
ResponderEliminarAbraço.
demasiadamente branca, essa gaveta frigorífica... atira-lhe alcatrão e faz a estrada; lança-lhe petróleo e prossegue a viagem. se incendiar... deixa arder.
ResponderEliminarum beijo, laurita!
Não posso deixar de dizer que este poema enregelou-me até a alma. Talvez seja a mesa de inox que te está a arrefecer de mais. Não será altura de fazer uma decoração nova na casa?
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