acumula-se a terra na faringe,
assomam pedras sobre o peito,
o ar satura-se de medo,
escorre a dor nas paredes do quarto,
abre-se a boca cerrando os dentes,
perde-se o grito no breu,
estou aqui,
aqui estou,
prisioneira numa esquina
dobrada sobre ti,
visionária da esbatida imagem
do vazio no silêncio,
estou aqui
aí não estou,
estive

Almada Negreiros
Por vezes já estive assim (e já não o estiveram todos?)
ResponderEliminarPorém, nunca conseguiria definir tão bem o meu estado, assim como você o fez.
Belíssimo!!
Abraço grande
Cid@
e agora?...
ResponderEliminardobra-te sobre ti e faz da esquina o primeiro ponto de apoio.
um abraço!