o general e o seu pesado casacão,
botas sujas de pó,
a fúria,
incrustada nos pulmões de asmático,
o general e o seu velho cavalo negro,
olhos vazios abraçando o campo,
o desejo,
fechado no peito raquítico,
o general e a sua arma ferrugenta,
ouvidos moucos ao murmúrio das serras,
o medo,
escondido nos pés torcidos,
o general e o seu batalhão,
regressam separados às suas casas
as cartas escritas,
perderam-se na berma da estrada

Marcantonio, Melancolia 25 – In Lingua Mortua, Técnica Mista 154×84 cm, Rio de Janeiro, 2006
a grande questão, laurita, é saber se os generais ainda sabem combater, depois de tantos anos na imobilidade e pequenez das medalhas de pseudo serviços prestados. de resto, já nem batalhões têm; deixam-nos para os graduados de inferior patente. resta aos soldados regressar a casa, onde a linguagem militar é similar.
ResponderEliminarum abraço, amiga!