«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares

quinta-feira, 20 de outubro de 2011



quando finalmente me consigo mover: a perna direita, a perna esquerda, a mão esquerda, a mão direita, abro os olhos

estou numa fenda de terra, pedras, estilhaços que subo a custo
o primeiro raio de luz obriga os meus olhos a fecharem-se, habituo-me

à minha volta: ninguém, à minha volta carcaças retorcidas de ferro, pedras, cinzas, pó, cinzas e pó

também eu estou coberta de pó cinzento misturado com riscos de sangue que me escorrem pelos braços, pela face, pelo pescoço, pelos ombros

dor e ardência

(cont....)


(esta história, café é o primeiro conto (curto) que escrevo, está dividido em sete partes, que tenho vindo a publicar aqui no blogue, provavelemente não escolhi o melhor alinhamento para ele e quem visita o blogue pensa tratar-se de poemas soltos, contudo depois de publicado na integra recomendo a sua leitura seguida, obrigada por lerem)

2 comentários:

  1. quando o café é cor e aroma que nos vestem pelo lado de dentro.
    beijo, querida amiga!

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  2. Estou a gostar de ler.
    Continua...
    Mas, para nmelhor orientação dos teus leitores, devias colocar no título: Café (1/7ª Parte), etc...
    Querida amiga Laura, tem um bom resto de domingo e boa semana.
    Beijos.

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