«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares

sexta-feira, 18 de março de 2011

Manifesto CVII

Colisão

mesmo que a eternidade coroe os teus pés
e o sol venha aquecer os teus braços
eu serei pó, pó negro, pó frio, pó esquecido
num qualquer regato, de sangue, de morte

[a cegueira é o maior dos medos]
[o silêncio é o barulho no fundo do poço de ti, de nós]

2 comentários:

  1. Como me faz sentido, este poema...
    Um beijo, Laura... E parabéns!

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  2. a cegueira é o maior dos medos.
    e o medo a espada dos deuses, dos covardes e dos homens que se esqueceram do seu nome.
    beijos de olhos bem abertos!

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