«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares

quarta-feira, 9 de março de 2011

Manifesto CVI

Saudade

se sorrires:
já não conheço os teus lábios
o ar espesso cobriu o olhar, vazio

se falares:
não vou ouvir a tua voz,
a terra húmida sepulta o último suspiro

se andares:
não sabes onde ir
as vagas cobriram a réstia de pó

se pedires, não o faças
os frutos apodreceram nas árvores

4 comentários:

  1. Laura, acho este poema demasiado bonito para que eu escreva o que quer que seja. Só consigo dizer-te que adorei! Muito lindo...
    Beijinho!

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  2. Saudações, Laura,
    tem saudades que são de cortar o coração.
    sua poesia vai bem lá no fundo

    quero também dar-lhe os Parabéns pelo dia das mulheres:)

    beijos e tudo de bom

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  3. e entre orações condicionais, a dúvida é apenas retórica.
    um beijinho, querida amiga! engenhoso o esquema de urdidura textual, este: assumir a convicção pela conjunção "se".

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  4. Laura,
    para te deixar um beijinho!

    p.s. sempre bom ler-te!

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