dispo pele onde fui cárcere
vejo-a enrugada no chão do quarto
um reflexo ténue de carne, músculos, tendões, artérias, veias
imagino um novo corpo
traços confusos sobre a parede branca
tingida de sangue
construo a nova figura
similar à que sonhei nas noites sem sono
a pele é a mesma, o fim um dialogo solitário
«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares
os sentimentos deveriam ser peles, que quando incomodassem, poderíamos rasgar, livrarmo-nos delas!
ResponderEliminarBeijinho!
Tenho dessa ânsia, mas sempre acabo vendo a mesma figura no espelho.
ResponderEliminarMaravilha, poeta!
Beijo.
tenho uma 'coisa' com imagens parecidas. não sei se pus no blog se está no face. vou procurar. beijo
ResponderEliminarLaurinha,
ResponderEliminarSe o nosso olhar não muda sobre o corpo, mesmo novo, será o mesmo: "traços confusos sobre parede branca tingida de sangue".
Beijos!
Pode não ser mau de todo vestir-se sempre a mesma pele...
ResponderEliminarNas nossas deambulações acabamos por tropeçar em nós...
ResponderEliminarBeijo :)