dias há, em que o ponteiro cessa
com o gasto correr do tempo
e na escuridão do quarto assomem incertas certezas:
a eternidade é doce taça de cicuta
dias há, onde a noite entra pelo dia
arrastando as rosas com o temor
do vento de lâminas afiadas,
beijando os enfermos em leito de rios
dias há, onde não vejo a sombra
nascer dos meus pés
e o destino é mera travessia
sem provável regresso
Fotografia de Leonardo B., No lapso do tempo-7, http://odiariodasausencias.blogspot.com/
«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares
Por muito que busque uma palavra, aqui são todas suas; a que posso, a que sei, materializo com toda a minha gratidão
ResponderEliminarNum imenso abraço,
Lb
eu é que te agradeço, Leonardo
ResponderEliminarabraço
LauraAlberto
casamento perfeito entre o poema, em palavras, e a poesia da imagem...
ResponderEliminarcoisa mais linda!!
beijos Laura e Leo, tão tão queridos poetas!
Laura!
ResponderEliminarLeonardo e sua sensibilidade, me trouxeram até aqui e quase em delírio de alma, li sua poesia.
Sim, dias há e tantos iguais!
Beijos
Mirze