«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Mais de um metro tem os meus braços.
Quando te envolvo neles parecem ser infinitos,
E é aí que eu te perco.
Um metro e vinte de mão a mão,
Incapaz de enlaçar esse mundo.

Dois olhos castanhos-esverdeados,
Olhando a tua figura esbelta,
Perdendo-se no espaço da vida.
O astigmatismo, um defeito que não impede
De ver o mundo que desaparece.

Um coração que pára na realidade do possível,
Batendo na impossibilidade do impossível.

1 comentário:

  1. "Um coração que pára na realidade do possível,
    Batendo na impossibilidade do impossível."
    que bonito!

    coração nào tem juízo, Laura... nem escolhe por quem bate, sabia?

    mas acho que, numa estrada de dois sentidos, em vida, tudo é possível.

    o grande barato da poesia é que ela, a poesia, possibilita tudo. tudinho.

    abraço terçafeirino do
    roberto.

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