a cidade adormeceu por fim
ruas
vazias, ecos dobrando as esquinas
os detritos
do dia, o lixo do tempo roído
uma luz
doentia cobre a calçada
e os que
nela dormem,
veste-nos a
pele de amarelo
a doença é
um engano mascarado
esvaziam-se
os corpos, almas sem destino
fecho das pálpebras,
ouvidos encurralados
pele fresca
repousando sobre os lençóis
serenos,
todos dormem
que faço eu
aqui?
com um
livro que não sei ler
amaldiçoada
pelo teu corpo que não sei se conheço
Fotografia de Ed Van der Elsken ‘Love on the Left Bank’ 1954
e o que é doença a quem tem olhos tão sãos e despertos?
ResponderEliminararrepio-me ao te ler!!
Beijinho, querida poeta!
livro e corpo: vide bula,
ResponderEliminarbeijo
Lês nas páginas em branco.
ResponderEliminarAdorei. Beijinho
[em cada noite cada corpo,
ResponderEliminarsão traçadas rotas para as cidades perdidas,
diluídas na poeira da chuva,
nos restos do que resta do cansaço.]
um imenso abraço, Raquel
Lb
"Almas sem destino" serão essas que escrevem pela madrugada a fora em busca do corpo do poema?
ResponderEliminarÓtimo, Laura!
Beijo.
a doença é um engano, um silêncio, um aprendizado forçado em meio a decepção.
ResponderEliminarbeijoss
lindo demais, você já está na lista das minhas poetas favoritas
ResponderEliminarbeijo
Laurinha,
ResponderEliminarTalvez esteja na hora de ler o livro do corpo, e sentir o corpo do livro, verdade?
Lindo, lindo!
Beijos!
Nem sabe ler, mas quer preencher o vazio da alma com a escrita da pele?
ResponderEliminarProfundo. Reflexivo.
Um lindo dia, Laura.