na berma da estrada, entre a linha de pó, uma
carcaça de um gato, olhos estupefactos, imóveis. Parado
está já o relógio
na berma da estrada, entre a linha do tempo, uma
carcaça de um gato, rodeada por uma poça do seu sangue: espesso, seco, negro. Amontoado
de ossos rasgam a carne, apanham de surpresa os músculos inertes
na berma da estrada, algures entre um dia e outro dia: o dia
da sua morte, na berma de estrada
passamos rápido pela língua de asfalto quente
na berma da estrada somos o acidente
O pequeno mundo, fotografia de Jorge Molder
Meu Deus! Isso não deveria se chamar Polaroid, salva se sua instantaneidade possa na imagem perdurar, porque aqui se toca em algo que parece eterno nesse todo de passagem, essa perplexidade que levo comigo até o final da estrada e que outro certamente herdará! Impressionante!
ResponderEliminarBeijo, Laura.
metalcarne (mão morta) :)
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