«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Pedradas VII

O perneta

Quem te disse que isto é terra firme?
Acenou-te com a ilusão do porto distante.
Quem te disse que isto é o norte?

(risos)

Quem disse que isto era
Aquilo que nunca foi?
O mesmo que disse que seria
Tudo o que nunca veria.

Corre, corre, perneta corre.
Fora os trilhos, queimam-se os mapas,
Perneta corre, corre, corre.
Seja a cegueira a tua guia,

Foge, foge, perneta foge!

1 comentário:

  1. neste teu texto, a ironia bate no tecto. ainda estou a coçar-me depois daquele riso que se segue ao grito urgente, enquanto uma figura desfeita se arrasta na fuga que se faz cada vez mais (im)possível... de seguro apenas que a tua escrita é cada vez mais irresistível!
    um beijo, amiga!

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